ANTÓNIO ARAGÃO

António Aragão Mendes Correia nasceu em S. Vicente, em Julho de 1921, e faleceu a 11 de Agosto de 2008, no Funchal.
Licenciado em Ciências Históricas e Filosóficas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e Biblioteconomia e Arquivismo pela Universidade de Coimbra. Estudou na Universidade de Etnografia de Paris e Museologia nesta cidade sob a orientação do Director do Concelho Internacional de Museus da UNESCO. Especializou-se em restauro de obras de Arte no Instituto Central de Restauro de Roma, estagiando no laboratório de restauro do Vaticano. Em Roma estabeleceu contacto com alguns poetas experimentais. Bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian em Paris e Roma.
Foi Director do Arquivo Regional da Madeira, onde desenvolveu investigação e publicou diversas obras sobre história local. Realizou também uma recolha de música tradicional da Madeira e Porto Santo em 1973, em conjunto com o professor e músico Artur Andrade, com a posterior divulgação, em 1984, de 2 discos LP. Executou peças para espaços públicos, nomeadamente: três relevos em cantaria rija, Santa Ana de 1959 na Câmara Municipal de Santana, Artes e Ofícios, na fachada da Escola Francisco Franco e Quinto Centenário da Morte do Infante D. Henrique, de 1960, no Porto Santo e painéis cerâmicos para o Mercado de Santa Cruz, de 1962.
É autor de uma extensa e intensa obra poética e literária publicada, com títulos como Poema Primeiro (1962), Folhema 1 e Folhema 2 (1966), Mais exactamente p(r)o(bl)emas (1968), Os Bancos (1975) Metanemas (1981), Joyciana (com Alberto Pimenta, Ana Hatherly e E. M. de Melo e Castro, 1982) ou Romance de Izamorfismo (1964), Um buraco na boca (1971) e Textos do Apocalipse (1992), estes três últimos de ficção, e uma peça de teatro intitulada Desastre Nu (1980). Funda e dirige a galeria de arte Vala Comum, em Lisboa, nos anos noventa. Colaborou em diversas manifestações internacionais de Mail-Art e em várias revistas e antologias de poesia visual. Foi co-fundador das revistas: Poesia experimental (1964) e Filigrama (1981).

Exposições (Selecção):

1965
Visopoemas (poesia visual e lumino-poemas), Galeria Divulgação, Lisboa.
Ortofonias (con E.M. de Melo e Castro), Galeria 111, Lisboa.
1970
OVO/POVO, Galeria Diferença, Lisboa.
1980
OVO/POVO, C.A.P.C., Coimbra.
PO. EX. 80, Galeria de Arte Moderna, Belém, Lisboa.
Concretismo 80, Museu de Arte Contemporânea de Sevilha, Espanha.
1981
Visione, violazioni, vivisezioni, Exposição internacional a cargo da Comuna de Bondeno, Itália.
1982
Centro de Cultura Alternativa, Galeria de Arte Cândido Mendes, Rio de Janeiro, Brasil.
1983
Exposição Internacional de Poesia/83, Cuenca, Espanha.
Muestra Internacional de Poesía en Castilla-La Mancha, exposição itinerante, Espanha.
Aguarelas de costumes da Madeira, Átrio do Teatro Municipal Baltazar Dias, Funchal.
1984
Festival Internacional Inter-dada, São Francisco, USA.
Métronom. Libre d'artista, Barcelona, Espanha.
1985
Lanco-Dada Museu, Fin-Hod, Israel.
Poemografias, exposição itinerante de Poesia Visual Portuguesa, Lisboa, Torres Vedras, Évora e Coimbra.
In between practical art and image technology, La Galeria Dell'Ochio, New York, USA.
Exposição/Concurso Arte e Desporto, Comité Olímpico Português, Lisboa .
1986
Murmúrios / poesia visual, Atelier 15, Lisboa.
An International Mail Art Show-Images from South Africa, São Francisco, USA.
Primera Muestra del Libro Objeto, Sevilha, Espanha.
1987
1º Festival internacional de Poesia Viva, Figueira da Foz.
Doc(k)s Nº 80, Portugal: Poesie Visuelle, La Performance, França.
1988
1º Festival Internacional de Poesia viva, 2ª Apresentação, Amadora.
Poesia: Outras escritas, Novos Suportes, Museu-Convento de Jesus, Setúbal.
1990
3ª Bienal Internacional de Poesia Visual, experimental y alternativa, México.
Concreta. Experimental. Visual. Poesia Portuguesa 1959-1989, Centro Cultural Português da Fundação Calouste Gulbenkian, Paris, França.
1991
Galeria Porta 33, Funchal.
Concreta. Experimental. Visual. Poesia Portuguesa 1959-1989, Université de Lyon II, França.
1992
Concreta. Experimental. Visual. Poesia Portuguesa 1959-1989, Université de Poitiers, França.
IV Bienal Internacional de Poesia/Experimental, Madrid.
1994
Electroarte, Vala Comum, Lisboa.
1996
Pintura, Casa da Cultura, Quinta do Revoredo, Santa Cruz.

Museu de Arte contemporânea do Funchal